Gabriel Haesbaert (Divulgação)
O poder judiciário notificou a prefeitura de Santa Maria neste sábado (11) para a remoção imediata dos moradores que residem em áreas de risco em torno do Morro Cechella, especialmente na Rua Canário, no Bairro Itararé, onde ocorreu um deslizamento de terra na última semana que matou duas pessoas.
Em contrapartida, moradores passaram o dia mobilizados e reivindicaram mais diálogo e esclarecimento sobre a situação e futuro das famílias.
Até a publicação desta reportagem, equipes da Defesa Civil e prefeitura do município estavam na Vila Canário prestando orientações.
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Em entrevista à Rádio CDN 93.5 FM, o procurador-geral de Santa Maria, Guilherme Cortez, afirmou que o município vai cumprir a decisão e que a medida reforça as ações já realizadas pela prefeitura para preservar a vida dos moradores do local, diante da previsão de elevados acumulados de chuva para este fim de semana.
- O município vai esgotar todas as ações possíveis de sensibilização da comunidade. Nosso objetivo é resguardar aquelas pessoas. Estamos em estado de calamidade pública e atuamos para defender a vida das pessoas. Infelizmente, tivemos duas mortes naquele local. Aquela área representa risco para as pessoas, portanto, a prefeitura está atuando, junto com os órgãos de segurança pra acolher as famílias da melhor forma. O apelo que fizemos é para que as famílias deixem o local imediatamente - completou o procurador.
Cortez também garantiu na entrevista que os moradores terão espaço de acolhimento adequado e informou que são buscadas alternativas para a instalação de um terceiro espaço de abrigo às vítimas. Além disso, frisou que o plano de contingência está sendo revisado, em caso de um futuro deslizamento ocorrer na região.
Em nota, a prefeitura de Santa Maria disse realizar medidas para reduzir os estragos causados pelas fortes chuvas e que, desde o dia 30 de abril, a Defesa Civil e outros órgãos de segurança estão em contato com a população das áreas de risco para alertar dos perigos. Informou ainda, que, na sexta-feira (10), equipes teriam instalado placas para orientar as pessoas sobre a interdição total de alguns locais, devido ao risco de deslizamentos no Morro do Cechella. Um veículo de som também teria sido usado para alertar sobre isso.
Mobilização
Neste sábado (11), moradores da Rua Canário estiveram mobilizados para pedir por providências. Pela manhã, a equipe do Diário esteve no local e conversou com alguns moradores. Thiago Carrão, advogado que representa a comunidade do local, disse que as pessoas temem por deixar suas casas:
- O que a população quer da prefeitura é uma garantia. Ou seja, que seja feito um documento com os termos da desapropriação, se vão ser realocados, quanto tempo de aluguel social, qual tipo de avaliação vai ser feita, quais são as casas que a prefeitura pretende entregar para eles e qual o valor vai ser da indenização para quem quiser - completou.
Conforme Thiago, três famílias teriam saído de suas casas nesta tarde, sendo levadas para abrigos.
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